Planeta Terra, 1991. Pare por alguns instantes e tente imaginar ou lembrar como era o seu dia a dia há 20 anos. Computadores em todos os lugares, internet acessível, smartphones, redes sociais e os seus sites favoritos, nada disso existia em sua vida. Se hoje você se vê, de certa forma, dependente de todos eles, pode parecer estranho visualizar um tempo em que nada disso passava pela sua cabeça.
Planeta Terra, 2030. Tente fazer o mesmo exercício e imagine como será o seu cotidiano daqui a 20 anos. Se levarmos em consideração a evolução do mundo tecnológico, é bem provável que muito do que você utilize hoje já tenha se tornado peça de museu. Internet muito mais rápida, carros voadores, fontes diferenciadas de energia, aparelhos cada vez mais inteligentes e menores são apenas algumas das promessas.
É hora de embarcar na máquina do tempo do Tecmundo e conhecer, a partir de conceitos existentes na atualidade, como o seu cotidiano pode ser transformado por completo nas próximas duas décadas. Quem viver, verá.
Falar um segundo idioma não será fundamental
Em um mundo globalizado, onde cada vez mais se torna imprescindível compreender um segundo idioma, afirmar algo do gênero pode soar absurdo. Contudo, basta analisar as inúmeras ferramentas disponíveis na atualidade para tradução e compreensão de textos, e a sua consequente evolução, para entender que, dentro de alguns anos, qualquer um poderá compreender e se expressar, ainda que não perfeitamente, em outros idiomas.
Para tradução de textos, você pode contar hoje com o Google Translator, disponível em dezenas de idiomas. A qualidade final da tradução não é perfeita, mas com ele é possível entender o contexto de qualquer artigo com muito mais facilidade, sem precisar, necessariamente, dominar o idioma em questão.
Usando realidade aumentada, é possível até mesmo traduzir textos em imagens, com aplicativos específicos para o iPhone, como o WordLens. A evolução aponta para programas capazes de traduzir ainda, em tempo real, áudio em diversos idiomas para a sua língua original. Claro, isso não significa que você deva abandonar um curso de idiomas por conta disso, mas no futuro, mesmo quem não domina outro idioma poderá ter mais oportunidades se souber utilizar as ferramentas corretas.
Carros voadores e sem motorista
(Fonte da imagem: Divulgação/Urban Aeronautics)
Desde que os carros foram inventados, os escritores de ficção científica alimentam a obsessão de colocá-los longe das estradas. Carros voadores são frequentes na literatura e no cinema, mas apesar dos inúmeros conceitos de design criados, poucos deles se tornaram realidade e, de fato, ainda estão muito longe de substituir os veículos de passeio que temos na atualidade.
Uma companhia israelense já colocou em testes, apenas para uso militar, um carro autônomo, capaz de rodar pelas estradas e voar, ainda que a apenas 60 centímetros do solo. O AirMule dispensa motorista e é capaz de alcançar lugares remotos onde os veículos terrestres não conseguem atingir.
Além dessa técnica, outra tecnologia, empregada em alguns trens no exterior, pode eventualmente ser adaptada para veículos de passeio, fazendo com que tenhamos carros levitando pelas ruas. O maior exemplo é o projeto do Maglev Cobra, o trem brasileiro que poderia utilizar levitação magnética para se deslocar entre São Paulo e Rio de Janeiro, numa velocidade de até 450 km/h.
O futuro da música passa pelo computador
Guitarras sem cordas, pianos sem teclas e smartphones se transformando em instrumentos musicais. O que parecia uma simples brincadeira, aos poucos, ganha mais espaço no mainstream da música. A dependência do computador é tão grande para alguns produtores que não é exagero nenhum afirmar que o som já pode ser feito mesmo sem o uso de instrumentos musicais.
A Kitara, primeira guitarra totalmente digital, exibida na CES 2011, é um dos maiores exemplos do caminho que a indústria musical pode estar tomando. Sem cordas, o instrumento consegue detectar tanto as notas quanto os acordes e ainda possui modos diferenciados. Além disso, novos instrumentos musicais nascidos com a era digital também passam a figurar, aos poucos, na lista dos mais desejados.
Mesas digitais e aplicativos para smartphones e tablets podem tornar o ato de fazer música muito mais próximo à realidade de um usuário de computador do que à de um músico profissional. Obviamente ainda há muita resistência e poucos trocaram, definitivamente, os instrumentos pelo computador. Contudo, não é de se admirar que em 20 anos essa situação seja bem diferente.
Novas formas de energia
(Fonte da imagem: Yanko Design)
Um dos temas mais discutidos na atualidade, e que tem sido alvo de pesquisas por parte da indústria, é o consumo eficiente de energia, bem como novas formas de torná-la sustentável. A preocupação não se limita apenas aos gadgets. Novas fontes de energia, que sejam capazes de abastecer residências ou cidades inteiras, também estão na pauta e o que não faltam são conceitos e ideias de como tornar o processo energético sustentável.
Imagine transformar sua simples caminhada em energia? Essa é apenas uma das ideias conceituais do gênero e que podem ser vistas em prática nos próximos anos. Transformando as vibrações dos passos em eletricidade, uma camada intermediária converte o movimento acumulado em energia, servindo como fonte autossustentável de iluminação pública.
Painéis solares embutidos em pontes e árvores transformadas em semáforos, para diminuir a poluição visual das cidades, são outras alternativas. Outra ideia prevê a utilização dos postes de luz como elementos para melhorar a qualidade do ar que respiramos, fazendo parte do trabalho que as árvores fazem na natureza.
Um mundo feito de vidro
E se o vidro fosse o material perfeito para todas as construções do futuro? A equipe da Corning, empresa norte-americana fabricante de vidros, elaborou um vídeo que fez grande sucesso no início do ano aqui no Tecmundo.
Intitulado “A day made of glass” (“Um dia feito de vidro”, em português) a peça mostra a rotina das pessoas em um futuro ainda não definido, mas que talvez esteja mais próximo do que se imagina. O grande foco está na usabilidade, uma vez que os dispositivos devem se integrar perfeitamente com o cotidiano das pessoas, em casa, no trabalho e no lazer.
O visual impressiona e os conceitos utilizam muito a ideia do touchscreen, das transmissões de dados via Wi-Fi e integração entre os mais diferentes tipos de produtos. A realidade aumentada, outro elemento cada vez mais presente nos gadgets, também é usada em abundância.
Alimentos inteligentes
Não basta serem bonitos e nutritivos, os alimentos do futuro também farão um convite para que você os saboreie. Durante a CES 2011 foram apresentadas caixas de cereal iluminadas por indução magnética, capazes de se acender ao perceberem a presença do usuário.
A comida do futuro pode estar também à sua disposição em qualquer lugar. Outra novidade, também exibida na CES 2011, foi uma parceria entre a Fulton Innovations e eCoupled: trata-se de um dispositivo que permite cozinhar sopas sem utilizar fogões ou tomadas. A energia elétrica enviada de maneira wireless é recebida pelo dispositivo e então é transformada em calor para aquecer as sopas.
Para quem se preocupa com desastres radioativos, como o ocorrido recentemente na usina Nuclear de Fukushima, outra solução conceitual é a adoção de pratos capazes de detectar os níveis de radioatividade da comida e informar ao usuário se ele pode consumi-la ou não. Com a crescente preocupação acerca de desastres do gênero, não é de se espantar que produtos como esse realmente venham a ser comercializados.
Um novo olhar sobre a realidade aumentada
No futuro, você não mais precisará ir atrás da informação, ela é quem chegará até você. E não estamos falando da forma tradicional como você a recebe hoje em dia, por meio dos feeds dos seus sites favoritos, email, mensagens de celular ou Twitter. Estamos falando de uma informação virtual que estará por toda parte, bastando que para isso você possua óculos ou gadgets especiais.
A realidade aumentada tem se tornado cada vez mais frequente e as apostas sobre o futuro do serviço são inúmeras. As que são mais próximas de se tornarem efetivas são os óculos para uso militar e um monóculo com display OLED. Ambos permitirão que sua visão se aproxime da do Exterminador do Futuro, personagem consagrado no cinema.
Utilizando smartphones, você poderá obter em tempo real informações sobre o trânsito, aeroportos ou mesmo facilitar as suas compras. Depois de estabelecida a tecnologia, o objetivo maior deve passar a ser torná-la o menos invasiva possível, dispensando aparelhos e até mesmo óculos e permitindo que o usuário possa controlá-la apenas com os olhos.
Um robô para chamar de meu
Da mesma maneira que você possui um aparelho de celular hoje, no futuro será primordial ter um robô em casa. Pode parecer estranho, mas dia após dia os autômatos estão ganhando espaço não apenas na indústria, mas nos lares de muitas pessoas. É bem verdade que as tarefas que realizam hoje ainda são simples, mas a complexidade tende a aumentar.
Além de imitar com perfeição a expressão facial de seres humanos e até mesmo rir de maneira idêntica, os robôs poderão ser utilizados em cirurgias médicas que requerem precisão, ajudar na compra de roupas online e resolver problemas sozinhos, sem precisar da interferência humana.
O futuro começa aqui
Fazer qualquer afirmação em relação ao que acontecerá no futuro, em especial no mundo tecnológico, é sempre uma tarefa arriscada. As mudanças são constantes e mesmo o que hoje se apresenta como tendência pode mudar completamente em poucos anos.
Entretanto, baseado em alguns projetos conceituais, é possível imaginar o que será possível ou não nos próximos anos. Isso não significa, necessariamente, que deverá ser assim. Um dos maiores triunfos da humanidade é sempre a capacidade de superar novos desafios, ainda que para isso muitos problemas sejam criados ao longo do caminho. Será que o nosso estilo de vida de hoje também será uma peça de museu em 2030?
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